9 jun 2010


In Memoria Xavier Villaurrutia

Nas noites sai percorrer o bairro. Somente tem um objectivo, o único objectivo que tem tido desde há dois anos, quando se apercebeu que sem ela a vida realmente tinha pouca significação. As dois da madrugada sai recorrer a rua, as luzes da cidade o fazem engrandecer ou diminuir segundo sua posição, os cães são seus melhores acompanhantes, essa é a hora exacta para caminhar, para procurá-la... é a solidão da noite.

Caminha sem direcção nenhuma, à esquerda, à direita, espera encontrar seu tesouro num canto escuro, numa rua perigosa, no obstante, nunca a tem encontrado, pareceria que se lhe esconde, mas nunca tem querido marcar um encontro com ela, porque se o fizesse eliminaria o romanticismo, a surpresa da qual a vida esta feita, por isso a procura, por isso não marca um encontro.

Se tem cansado de sair pelo asfalto urbano, de observar a lua em suas diferentes posições. Esta cansado de levantar as pedras, esta cansado de procurar nos buracos sem encontrar essa mão que ele deseja, de un tacto sutil y blando, para não terminar espantado quando por fim a vier.

Quando o dia chega com seu máximo expoente, o sol, ele dirige-se a sua alcova para dormir embora que seja por um momento, para poder esquecer o despeito que sua amada provoca-lhe. Às quatro da tarde decide que é a melhor hora para comer uma sandes e beber um refrigerante; para fumar um cigarro depois do almoço, para se sentar na cadeira velha do seu avô e escrever do amor, da morte, da morte, da sua belíssima dama.

Sabe que é uma pessoa paciente, isso é certo, é uma pessoa paciente, porque se não fosse assim, tiver contactado a sua amada de outra forma, de qualquer maneira com a intenção de vê-la e senti-la mais próxima; de ver esse rosto pouco conhecido, de sentir sua fria mão acariciar sua face, por isso é um homem paciente, mas a paciência acaba-se em algum momento, e o momento +e justo esse mesmo dia, a noite do dia, alem que soe irónico; o encontro realizar-se-á essa mesma noite, o tem decidido.

A lua é um quarto minguante, a pode observar desde sua janela. Aproxima-se ao teclado do computador e escrever duas linhas, dá a ultima fumada ao cigarro e olha o laço que se balança do tecto, tudo esta pronto para chegar pontual ao encontro, sobe a sedia, coloca o laço no seu colo, aperta com suas forcas todas o nó e grita:

Que posso pensar ao ver-te, se na minha angustia verdadeira teve de quebrantar a espera

4 comentarios:

O Neto do Herculano dijo...

Belas construções de imagens, parabens.

Ziysanma dijo...

Muito obrigado por vir visitar meu blog. é meu primeiro texto em português

TICalex dijo...

Parabéns, filho!
Gostei muito...como te sentiste tu? Como foi que decidiste?
Um grande abraço e espero que seja o primeiro de muitíssimos...olha que para mim é sempre um prazer ler-te...

Ziysanma dijo...

Imagina pá. Foi um bocado difícil escrever em português, mas é realmente interessante fazer as construções todas numa língua que não é a tua. e sobre como me decidi... acho que tenho de agradecer-te por tua fé em mim, deste-me a confiança. Obrigado

 

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